Infinitos.
artwork by Sivan Karim Quando criança, me peguei várias vezes encarando minha imagem no espelho e questionando sobre meu corpo. Não que eu desgostasse algo em mim, crianças, normalmente, desconhecem o mau hábito de julgar nossa própria aparência. Na verdade, eu me perguntava como aquela imensidão de pensamentos desordenados, ideias meticulosas, histórias incríveis e universos fantásticos podiam estar limitados naquele pequeno reflexo de um corpo moreno. Apenas não tinha como caber toda essa imensidão. "Isso não sou eu" lembro de ter pensado várias vezes e repito, não estou focando no sentido estético. Também tinha um tique que me ajudava a confirmar essa tese. Quando eu me empolgava muito, mexia as mãos involuntariamente, e, para mim, aquilo era a melhor forma de demonstrar que aquele pequeno-grande universo que me representava não tinha como caber naquele corpo, ele se esvaía pelas extremidades dos dedos em uma voltagem ilegível, era bom pra mim. Mas, apare